Difícil não ficar espantado com tamanha agilidade. Criando ilusões, os mágicos causam uma bagunça no nosso campo visual, distorcendo até a mais treinada percepção e desestruturando a nossa lógica. Mas como conseguem nos enganar dessa maneira? Objetos que somem ou aparecem do nada, pessoas que voam, trocas de roupa em poucos segundos, adivinhação de pensamento. Efeitos que levam até os mais descrentes a um estado de encantamento. De passe em passe, a mágica foi escrevendo sua história milenar, e mesmo que esse universo possa parecer distante da vida real, está cada vez mais próximo. A pós-modernidade trouxe o ilusionismo para o dia a dia, mas esqueça o fraque, a cartola e o coelho, por enquanto.
Não que a figura do mágico tradicional tenha desaparecido por completo ou perdido o valor, é que hoje eles usam outros tantos artifícios e apresentam a ilusão nos mais variados formatos e estilos. De caixas, cestos e baús imensos a baralhos, copos, moedas e inofensivas canetas esferográficas, tudo vira mágica. Nas mãos desses artistas, o impossível se torna real. Ainda podemos encontrá-los sob a lona, em picadeiros de circos tradicionais, como o Portugal, o Le Cirque e o Tihany Spetacular, que, pelo fato de ter sido fundado por um ilusionista, o húngaro Franz Czeisler, e ser comandado até hoje por seus descendentes e discípulos, dá ênfase à mágica em todos os seus espetáculos.