Em agosto, por meio de um comunicado nas redes sociais, foi anunciada uma parada de 90 dias, dado ao quadro de Zé, que estava lidando com a depressão e uma síndrome do pânico aguda.

Com isso, todos os shows e compromissos foram cancelados, incluindo a apresentação deles na Festa do Peão de Barretos, um dos principais palcos da música sertaneja.

Como tudo começou?

Durante o bate-papo com a imprensa e convidados, o músico contou que começou a sentir os primeiros sinais das doenças na pandemia. No entanto, a situação começou a alarmar após o retorno dos eventos na realidade pós-pandêmica e a rotina intensa.

“De repente, eu comecei a sentir um formigamento no meu braço e aquela acelerada no coração, mas, como caipira que sou, eu não aceitava e pensava: ‘Isso aqui não é nada'”, relembrou Zé Neto.

Cristiano, que conhece o companheiro de dupla desde os cinco anos, começou a perceber alguns comportamentos diferentes, visto que ele também já teve síndrome do panico. “Vi tentando se provar em momentos que ele não precisava”, contou.

O cantor seguia alertando o amigo, que não deu muita bola no início. Aos poucos, Zé Neto começou a abusar do álcool e cigarro, e foi se “afundando” ainda mais.

“O consumo excessivo de álcool foi, sem dúvida nenhuma, um problema muito grande na minha vida. E também o cigarro eletrônico. Foi algo que começou a prejudicar a coisa que eu mais amo fazer, que é cantar.”

A dupla Zé Neto e Cristiano durante a gravação de seu novo DVD,
Zé Neto e Cristiano durante a gravação do DVD ‘Intenso’ (Allyson Moreno/Divulgação)
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Com isso, sua voz era prejudicada, e ele não conseguia se apresentar com segurança. O sertanejo contou que, várias ocasiões, só subiu ao palco após ingerir muita bebida alcoólica.

O cantor ficou tão inseguro, que chegou a recusar convites para participar de gravações de DVDs.

Dado ao agravamento da situação de Zé Neto, seu parceiro passou a proibir bebidas no camarim, e dois, que quase não brigavam, passaram a discutir com frequência.

“Nunca brigamos, mas passamos a ter umas discussões, principalmente por esse lance de eu não querer bebida no camarim. Comecei a virar um vilão”, falou Cristiano.

A pausa

Vendo a situação de Zé Neto piorar, Cristiano tomou uma decisão, chamou os sócios para uma reunião e comunicou que iria deixar o projeto. “Pode fazer a agenda até o final do mês, que eu vou cumprir e a partir do mês que vem eu não quero mais participar disso. Não quero ver o meu irmão se matar.”

Mesmo após a conversa que quase deu o fim da dupla, os dois chegaram a continuar se apresentando, mas quando Zé quase infartou a caminho da gravação do DVD de Diego e Arnaldo, ele percebeu que algo precisava ser feito.

Com isso, eles se retiraram por 90 dias dos palcos. Zé Neto chegou inclusive a sair das redes sociais, e passou a fazer tratamentos intensivos em São Paulo, como sessões de terapia de 4 horas.

Volta aos palcos

Agora retomando a agenda de shows em 2025, os dois vão diminuir o ritmo, e pretendem fazer apenas 12 shows por mês, para “ter uma melhor qualidade de vida”.

Neste mês de dezembro, Zé Neto e Cristiano se comprometeram a doar todo o valor arrecadado com sua loja de produtos oficiais para uma instituição de cuida de saúde mental.

Um dos principais projetos da dupla para o próximo ano é o lançamento da sua label chamada Intenso. Por meio do projeto, eles pretendem levar uma experiência diferenciada para os fãs com um show de mais de 3 horas e a participação de convidados especiais.

Na programação, estão oito shows em capitais brasileiras e quatro em terras internacionais. Detalhes sobre a venda de ingressos ainda serão divulgados.